CERCA DE 140 MILHÕES DE MULHERES DA ÁFRICA E ÁSIA JÁ FORAM SUBMETIDAS Á MUTILAÇÃO VAGINAL.. E, AINDA HOJE, 6 MIL MENINAS POR DIA SÃO VITIMAS DESSA PRÁTICA.
Em 28 países da África e da Ásia ainda hoje existe a prática secular da mutilação genital feminina, corte que extirpa parte da vagina da mulher e aterroriza milhões de meninas. De acordo com a organização não-governamental (ONG) Maasai Aid Association (MAA), que luta contra a barbárie, cerca de 6 mil mulheres são cortadas por dia. A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um relatório que demostra que até 140 milhões de mulheres foram submetidas a essa prática dolorosa.
O tema foi abordado no premiado filme “Flor do Deserto”, em cartaz no Brasil, que conta a história da modelo Waris Dirie, de 38 anos, nascida na Somália. Em 1997 ela revelou ao mundo que sofreu mutilação vaginal á força, aos 5 anos.
O tipo do corte depende do costume local. Algumas tribos costumam retirar o clitóris ou parte dele. Em outras regiões são retirados também os grandes e pequenos lábios da vagina. Depois do corte, há ainda os que costuram parte do órgão.
Sempre a sangue frios, sem anestesia ou assepsia.
“A menina é segurada á força pelas mães e os cortes são feitos com giletes, cacos de vidros ou chifres afiados de animais. Alguns ainda passam cinzas ou esterco pois acham que isso vai limpar a lâmina antes do ritual. Cerca de 10% morrem por causa de infecções e sangramentos”, conta o fotografo Érico Hiller, de 33 anos, que acompanhou o trabalho da MAA no Quênia, na África.
Liderada pela ativista Annie Corsini, de 56 anos, a ONG tem sede na Suíça e faz o trabalho de educação de mulheres africanas para evitar que o corte continue sendo realizado.
Desde 2004, Annie visita tribos pelo menos duas vezes ao ano e costuma levar uma vagina de plástico para explicar ás mulheres o funcionamento do órgão e da parte que foi retirada.
“Uma senhora de 70 anos me perguntou como conseguiria ter o clitóris de volta. Outra me disse com ênfase: Você sabe de todas essas coisas e só agora veio nos contar? Onde você estava? Nós vínhamos fazendo isso (os cortes na vagina) porque nossas mães e avós faziam, mas não sabíamos averdade.”
O trabalho de Annie junto á ONG pode ser acompanhado pelo site:WWW.e-solidarity.org. Pelas visitas á tribo Maasai, no Quênia, ela ganhou um nome africano, “Naramate”, que significa” aquela que cuida de outro”.
EM ALGUMAS TRIBOS SE ACREDITA QUE A MULHER CORTADA RESPEITARÁ O CASAMENTO
Em algumas tribos a mutilação marca uma passagem da vida da mulher. Há os que acreditam que a mulher cortada respeitará o casamento. Outro s dizem que ficará limpa. Algumas mulheres acreditam ainda que , se não forem cortadas, não poderão ter filhos homens. As meninas com idades entre 10 e 13 anos acabam cedendo á vontade familiar pois se não o fazem são expulsas da família e ficam faladas a não arrumar marido.
“A tribos que praticam pertencem a regiões com pouquíssimo acesso á educação.
Quando a Annie explicava o funcionamento do corpo feminino, muitas ficavam envergonhadas,riam, não queriam olhar. Outras ficavam bravas, conta o fotógrafo. O corte é feito por mulheres que são pagas para isso, as “excisadoras”.
“Trata-se de uma profissão, como uma parteira.
“Existem ainda ONGs que só fazem conversão de excisadoras”, explica Hiller.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
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